Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos: Saiba mais sobre o filme

 

Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos é um filme de fantasia dirigido por Brenda Chapman, lançado em 2020. A trama propõe uma narrativa única e ousada ao combinar os universos de duas icônicas histórias infantis: Peter Pan e Alice no País das Maravilhas. O enredo acompanha os irmãos Alice (Keira Chansa) e Peter (Jordan A. Nash), que vivem uma infância repleta de brincadeiras imaginativas e aventuras mágicas. No entanto, após uma tragédia familiar que abala suas vidas, as crianças precisam enfrentar a dura realidade e encontrar formas de lidar com a perda e a dor. O filme propõe uma origem compartilhada para as duas lendas literárias, reimaginando as motivações que levaram Peter a se tornar o "menino que nunca cresce" e Alice a explorar o mundo surreal do País das Maravilhas.


Um dos aspectos mais marcantes do filme é a forma como fantasia e realidade se misturam. Elementos oníricos e simbólicos permeiam as cenas cotidianas, evidenciando a maneira como as crianças utilizam a imaginação para fugir das dificuldades do mundo real. A direção de Brenda Chapman aposta em uma estética visual encantadora, com cenários que mesclam o realismo vitoriano a tons lúdicos e mágicos. Os objetos e brinquedos das crianças frequentemente ganham vida, reforçando a metáfora do escapismo infantil. Essa dualidade entre fantasia e realidade não apenas cria uma experiência visual rica, mas também aborda questões emocionais profundas, como o luto, a resiliência e o amadurecimento precoce.


O elenco do filme conta com atuações notáveis, especialmente de Angelina Jolie, que interpreta a mãe das crianças, Rose, e David Oyelowo, que assume o papel do pai, Jack. As atuações dos jovens Keira Chansa e Jordan A. Nash também se destacam, pois transmitem com sensibilidade o misto de inocência e sofrimento que suas personagens enfrentam. O filme adota uma abordagem multicultural e inclusiva, desafiando convenções de escalação de elenco ao trazer atores negros para papéis icônicos de figuras literárias tradicionalmente brancas. Isso gerou debates entre os críticos e o público, mas foi amplamente elogiado por sua proposta de inclusão e reinterpretação dos clássicos.


Apesar de sua premissa inovadora e visual encantador, o filme recebeu críticas mistas. Enquanto alguns espectadores elogiaram a beleza estética e a ousadia narrativa, outros consideraram que o filme não conseguiu equilibrar o tom entre a fantasia e o drama familiar. A mistura de temas adultos e elementos infantis tornou a obra difícil de categorizar, o que pode ter afastado parte do público. No entanto, para aqueles que apreciam histórias de reinterpretação de clássicos e narrativas repletas de simbolismo, "Come Away" oferece uma perspectiva sensível e visualmente cativante sobre a infância, o luto e o poder transformador da imaginação.






Final explicado


O final do filme é simbólico e aberto a interpretações, pois mistura elementos de fantasia e realidade, deixando espaço para que o público construa suas próprias conclusões. Para entender o desfecho, é importante considerar o contexto emocional e psicológico dos personagens, especialmente Alice e Peter, que passam por uma transformação significativa ao longo da trama.


Após a trágica morte do irmão mais velho, David, a família é consumida pelo luto e enfrenta crises financeiras. O pai, Jack, se envolve em atividades ilícitas para tentar pagar suas dívidas, enquanto a mãe, Rose, luta contra a depressão e o vício. Alice e Peter, por sua vez, recorrem ao mundo da imaginação para suportar o sofrimento. No clímax do filme, Jack morre em um confronto violento, o que força as crianças a se separarem. Alice decide embarcar em uma jornada para Londres a fim de estudar com sua tia, o que simboliza sua entrada no "País das Maravilhas", um lugar associado ao amadurecimento e à descoberta de si mesma.


Peter, por outro lado, decide não seguir Alice e se refugia em sua própria fantasia, tornando-se o "menino que nunca cresce". Ele foge para a "Terra do Nunca", que, no filme, pode ser interpretada de forma metafórica, representando o desejo de Peter de evitar a dor e a responsabilidade da vida adulta. Ele se junta a outras crianças de rua, que simbolizam os "Meninos Perdidos" da história de Peter Pan. Esse momento marca sua transição definitiva para o arquétipo do personagem literário que todos conhecem. A decisão de Peter de se "perder" no mundo da fantasia contrasta com a escolha de Alice, que enfrenta a realidade, mesmo que isso signifique amadurecer.


O final reforça a ideia central do filme: a forma como as pessoas lidam com o luto e a dor de maneiras distintas. Alice aceita a perda e busca crescimento pessoal, enquanto Peter opta por permanecer em sua infância eterna. A mistura de elementos simbólicos e a ausência de uma conclusão rígida reforçam a ambiguidade típica de histórias baseadas na imaginação infantil. Para alguns, o desfecho é uma reflexão sobre a perda da inocência e as diferentes maneiras de encarar o amadurecimento. Para outros, é uma reafirmação do poder da fantasia como um refúgio para suportar o sofrimento. Assim, o final de "Come Away" não oferece respostas claras, mas convida o público a refletir sobre o significado do luto, da infância e da escolha entre enfrentar a realidade ou permanecer na ilusão.


Onde assistir


O filme está disponível nos catálogos da: Netflix, Telecine, YouTube, Prime Vídeo, Google Play Filmes.
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