Doce de Mãe é um filme brasileiro lançado em 2012, dirigido por Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo. A trama gira em torno de Dona Picucha, uma senhora viúva de 85 anos, interpretada pela consagrada atriz Fernanda Montenegro. Dona Picucha é uma figura carismática e espirituosa, cheia de vida e energia, que passa a enfrentar uma série de desafios quando sua empregada de longa data, Zaida, anuncia que vai se casar e não poderá mais trabalhar para ela. Isso desencadeia uma série de eventos que envolvem seus quatro filhos, que começam a discutir como cuidar da mãe idosa.
O filme é uma comédia dramática, abordando de forma leve e comovente questões relacionadas à velhice, à independência e aos laços familiares. Dona Picucha, com seu jeito irreverente e bem-humorado, não se conforma com a ideia de depender dos outros e demonstra que, apesar da idade, ainda tem muito a oferecer e viver. O roteiro explora o relacionamento da protagonista com seus filhos, cada um com personalidades e opiniões distintas sobre como lidar com a nova situação da mãe. Essas interações proporcionam momentos de humor, mas também de reflexão sobre a complexidade dos vínculos familiares.
Fernanda Montenegro se destaca no papel principal, dando vida a uma personagem vibrante e cheia de nuances. Sua atuação foi amplamente elogiada, o que resultou na expansão do filme para uma série de TV homônima, exibida pela Rede Globo a partir de 2014. A série seguiu o mesmo tom da produção original, acompanhando as novas aventuras de Dona Picucha e sua família. A leveza com que o tema da velhice é tratado, sem deixar de lado as dificuldades e os desafios enfrentados, fez com que filme se tornasse uma produção querida pelo público.
Além do carisma de Dona Picucha, o filme também reflete sobre o valor das pequenas coisas da vida e a importância de manter o bom humor, independentemente das adversidades. O filme equilibra bem o drama e a comédia, transmitindo mensagens sobre amor, respeito e a passagem do tempo. A sensibilidade do roteiro, combinada com a excelente performance do elenco, faz com que o filme seja uma obra envolvente e inspiradora, que emociona e diverte em igual medida.
Final explicado
O final do filme é emocionante e traz uma mensagem positiva sobre a independência, o envelhecimento e a força dos laços familiares. Após a partida de Zaida, sua empregada de muitos anos, Dona Picucha se vê diante da preocupação de seus filhos sobre como cuidar dela no dia a dia. Ao longo do filme, eles discutem opções como dividir os cuidados entre si ou colocá-la em um asilo, o que deixa Picucha incomodada, pois ela ainda se sente capaz de viver sozinha e não quer perder sua autonomia.
No entanto, no desfecho, Picucha toma as rédeas de sua própria vida. Ela demonstra que, apesar da idade avançada, ainda tem a capacidade de decidir seu futuro. Ao invés de depender dos filhos ou de ser colocada em um asilo, ela opta por ir morar em uma casa de repouso por escolha própria, mas com a condição de que esse novo lar não seja um espaço de isolamento, mas sim uma extensão de sua vida social e independente.
Essa decisão surpreende os filhos, que percebem que subestimaram a vitalidade e o espírito da mãe. O final do filme transmite a ideia de que a velhice não precisa ser sinônimo de dependência ou inatividade. Dona Picucha, com sua irreverência e bom humor, continua a viver a vida em seus próprios termos, cercada de amigos e de novas experiências, mostrando que ainda há muito a aproveitar, mesmo na terceira idade.
Portanto, o final do filme é marcado pela reafirmação da autonomia de Dona Picucha e pelo fortalecimento dos laços familiares, onde cada um entende que, apesar de suas preocupações, a melhor maneira de cuidar de alguém que amamos é respeitar sua liberdade e suas escolhas.
Tags
filmes